Agricultura 5.0 – autonomia e precisão

A agricultura sempre teve um papel muito importante na história de muitas regiões do Brasil e do mundo. Quando novos conhecimentos foram surgindo sobre as possibilidades existentes dentro do setor agrícola, novas técnicas foram sendo estudadas. Sendo assim, houve um grande aumento na produtividade, impactando de forma bem decisiva na formação do país e do mundo. 

Logo de início, o cultivo de plantas e a criação de animais proporcionaram que povos se fixassem em territórios estratégicos e crescessem. Essa atividade era vista apenas como necessidade para subsistência, já que não existiam recursos tecnológicos e a produtividade era baixíssima. Essa época é conhecida como a era da Agricultura 1.0. Já a Agricultura 2.0 chega na década de 50 trazendo bastante da ciência e das primeiras máquinas, como o motor de combustão. Isso possibilitou que novas ferramentas chegassem ao campo e possibilitassem a produção em escala.

Já entre 1990 e 2010 começou a surgir no mercado o tema da sustentabilidade (a revolução verde) e a automação. Um exemplo é a coleta de dados em campo, que auxilia muito os agricultores nos momentos de tomar decisões. Essa época é marcada pela Agricultura 3.0.

A partir do ano 2010 surgiu a Agricultura 4.0, trazendo a nova era digital para as operações em campo. A chegada das tecnologias digitais e integradas promoveram a otimização das etapas do processo produtivo, melhorando a gestão, o controle de dados e o monitoramento em campo.

Agricultura 5.0 vem aí! 

Nem deu tempo de nos acostumarmos totalmente com a Agricultura 4.0, e os especialistas já apontam para uma nova revolução nas operações de campo: a Agricultura 5.0. A partir de 2022 a expectativa é que, além de soluções conectadas e automatizadas, agora o setor agro irá contar com a presença de altas tecnologias, como máquinas com autonomia (drones, tratores que andam sozinhos, robôs, etc.), que auxiliem em todo o processo produtivo. 

“A agricultura 5.0 é a junção de ferramentas de agricultura de precisão, robótica de ponta e, principalmente, pelo fato de conseguir usar os recursos de forma otimizada e de conseguir produzir mais em uma mesma área”, explica Fernando Degobbi, presidente da Coopercitrus, cooperativa que reúne mais de 38 mil agricultores em Bebedouro, interior de São Paulo.

Nessa era veremos o maior desenvolvimento da inteligência artificial e do machine learning, graças à possibilidade de conexão e comunicação entre diferentes ferramentas. Com isso, a tomada de decisão ficará cada vez menos na mão do agricultor. Dessa forma, as decisões se tornarão responsabilidade das máquinas, que tomarão decisões estritamente racionais, sem nenhuma influência externa ou interna. Sendo assim, o agricultor do futuro quase não colocará a mão na massa em operações, mas ficará mais na fiscalização e avaliação nos processos.

Mesmo com tantos avanços tecnológicos surgindo, o Brasil ainda terá alguns obstáculos na implementação de tudo isso. Um dos principais obstáculos é a questão da conectividade em áreas rurais. Apenas uma pequena parcela das propriedades do país conta com acesso à internet. No entanto, até mesmo esse problema pode ter solução em um futuro próximo.

Conectividade através da luz

Além do 5G já existente, os pesquisadores do Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações) estão estudando o desenvolvimento de uma conexão de internet através da luz, de alta capacidade. Ou seja, a luminosidade do ambiente também pode transmitir sinal em altíssima qualidade.

No caso do agronegócio, o sistema funcionaria com a chegada do sinal por fibra óptica até a propriedade, e dessa forma, aumentaria a força do sinal em centenas de vezes por meio de pivôs centrais de luz.

“O sistema demandaria a chegada do sinal às fazendas, já que a luz não tem alcance de quilômetros. A partir daí, o sistema de comunicação por luz visível torna possível a conexão de grande número de equipamentos graças à velocidade que pode chegar a 1 Tbps”, explica o coordenador da pesquisa no Inatel, Arismar Cerqueira Sodré Junior.

Essa revolução nas operações de campo que envolvem o Agro 5.0 irá fortalecer ainda mais o compromisso do país por uma produção sustentável e agroambiental. Com todas essas tecnologias, o Brasil irá produzir mais e preservar mais, fornecendo todas as informações ao consumidor final sobre a qualidade dos alimentos que chegam à sua mesa.

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